sábado, 16 de novembro de 2013

PPL e PSB discutem propostas para o Brasil retomar o caminho do desenvolvimento

Abaixo, entrevista ao HP do presidente nacional do Partido Pátria Livre (PPL), Sérgio Rubens de A. Torres.

 
 

HP - As direções do PPL e do PSB têm se reunido recentemente. O que os dois partidos têm debatido nesses encontros?
SR - O governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, nos convidou para trabalharmos juntos na construção de um programa para o Brasil. Realizamos duas reuniões muito proveitosas, onde além dele participou o deputado Márcio França, presidente do diretório estadual de São Paulo e membro da Executiva Nacional. Pelo PPL, fui eu, presidente nacional, e Miguel Manso, secretário nacional de organização e presidente do diretório de SP.
O debate iniciou pela avaliação das causas da incapacidade do governo Dilma de cumprir seu compromisso básico de campanha, que era o de "avançar nas mudanças iniciadas por Lula". Houve um retrocesso geral que se condensa no fato de que o Brasil parou de crescer e a melhoria da distribuição da renda estancou, conforme revelou a PNAD do IBGE.
 

 
 

HP – O PPL está em processo de Congresso onde estão em discussão as alternativas para a retomada do crescimento do país. Você poderia adiantar alguns pontos do programa do PPL?
SR - Posso adiantar os oito pontos que apresentamos e debatemos com o Eduardo na segunda discussão, e que consideramos básicos para o programa capaz de viabilizar a retomada do desenvolvimento [ver box abaixo].
Vamos prosseguir com as discussões. Ele vai ao nosso Congresso, que é daqui a 15 dias, expor de viva voz e debater conosco a avaliação do PSB sobre os consensos e os pontos ainda em aberto nesse estágio da discussão. É assim que vemos a construção desse programa.
 

 
 

HP - O governo avalia que a economia do país está no caminho certo. Nas discussões preparatórias para o Congresso, o PPL está concordando com essa avaliação?
SR - Não. O governo está no caminho errado. Elevar a taxa básica de juros pode ser bom para os rentistas, mas é ineficaz no combate à inflação e mortal para o crescimento econômico. Reduzir o investimento público não faz aumentar o investimento privado, apenas derruba a taxa geral de investimento. Compactuar com o processo de desnacionalização selvagem da economia aumenta as importações, as remessas de lucros, desindustrializa o país e não faz crescer a produção. Conter aumento real de salários serve para aumentar a taxa de lucros, mas estrangula o mercado interno e desestimula a produção. As principais premissas estão de cabeça para baixo. Por isso o crescimento parou.
 

 
 

HP - O programa defendido pelo PPL poderá ser apresentado a outros partidos como o PT e PMDB e também para a presidente Dilma Rousseff?
SR - Se eles se interessarem, é claro. Mas enquanto acharem que está tudo certo, inclusive privatizar o pré-sal para atrair capital externo à custa de espremer a Petrobrás, não vejo como possam ter interesse.
 

 
 

HP - O governador Eduardo Campos é pré-candidato a presidente da República pelo PSB. O PPL poderá apoiá-lo?
SR - O Eduardo tem dito que o PSB vai definir se o candidato será ele ou a Marina mais adiante. Vamos aguardar essa definição.
 

 
 

HP - E a Marina Silva? A direção do PPL tem conversado com ela também?
SR - Ainda não. Mas vamos conversar.
 

Pontos básicos do Programa para o Brasil

1. Retomar o crescimento econômico, com base na ampliação do investimento público e expansão do mercado interno - redução dos juros, aumentos reais de salários e aposentadorias, mais empregos.
 


 
2. Priorizar as empresas genuinamente nacionais (privadas e estatais) nos financiamentos – especialmente os do BNDES - e nas encomendas do Estado.


 
3. Transformar o pré-sal num grande fator de desenvolvimento econômico, priorizando a Petrobrás - na exploração e produção do petróleo ali contido - e os fornecedores genuinamente nacionais de equipamentos e insumos para essa atividade. Multiplicar o número de refinarias, expandir a indústria petroquímica.


 
4. Ampliar a infraestrutura – estradas, ferrovias, aeroportos, portos e energia – principalmente através do setor público, cuja gestão em áreas e empreendimentos estratégicos é mais apropriada à satisfação dos interesses coletivos.


 
5. Desenvolver a ciência, a engenharia nacional e os setores de tecnologia de ponta vitais para a nossa independência - especialmente a microeletrônica, informática, telecomunicações, engenharia genética, energia nuclear, engenharia aeroespacial, materiais estratégicos e a indústria da defesa. Retomar o projeto de reativação da Telebras para a universalização da banda larga.


 
6. Participação do Estado no fomento e principalmente na difusão das realizações dotadas de excelência e relevância para o desenvolvimento da cultura nacional.


 
7. Educação e Saúde: pública, gratuita e de qualidade para todos.


 
8. Transporte de qualidade, a preços populares.

 



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