quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

País importa 200 milhões de litros de etanol dos EUA com custo três vezes maior

País importa 200 milhões de litros de etanol dos EUA com custo três vezes maior
A importação de etanol de milho dos Estados Unidos, com custo de produção três vezes maior do que o etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil, continua bombando. A estimativa do setor é de que nos meses de janeiro a março a importação desse etanol atinja o volume de 200 milhões de litros, dos quais 80 milhões de litros serão descarregados nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) e o restante em portos do Norte e Nordeste.
Nos portos do Nordeste já houve desembarques de etanol estadunidense em São Luís (MA) e Suape (PE). Somente na quinta-feira (13) está prevista a chegada de 1,262 milhões de litros de etanol no porto maranhense.
Desnacionalização do setor sucroalcooleiro e um câmbio totalmente torto, no dizer do governador Eduardo Campos, não poderiam dar em outra coisa a não ser o aumento das importações de etanol. Shell, BP, Bunge e Louis Deyfrus empalmaram empresas brasileiras como Cosan, Santelisa Vale, Moema e Equipav.
Além desses fatores, em 2011, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) mudou regra para viabilizar a importação de álcool dos EUA, aumentando de 0,4% para 1% a quantidade de água permitida no álcool anidro, que é misturado à gasolina vendida nos postos de combustíveis. A mudança ocorreu para ficar adequada com essa especificação que já era adotada nos EUA.
Ou seja, em vez enfrentar a desnacionalização do setor e o desequilíbrio do câmbio, o governo resolveu se adequar às normas norte-americanas para facilitar a importação.
De acordo com o ranking de importações UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), depois dos Estados Unidos (cerca de 97%), Jamaica e Barbados são os países que mais exportam etanol para o Brasil. Uma situação absurda para um país pioneiro no setor, com um território imensamente maior – com 2,9% de sua área agricultável ocupada no cultivo da cana -, que esses dois países do Caribe e também com uma economia muito mais forte, apesar da queda do PIB nos últimos três anos.
Fonte: Hora do Povo

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