País importa 200 milhões de litros de etanol dos EUA com custo três vezes maior
A importação de etanol de milho dos Estados Unidos, com custo de produção três vezes maior do que o etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil, continua bombando. A estimativa do setor é de que nos meses de janeiro a março a importação desse etanol atinja o volume de 200 milhões de litros, dos quais 80 milhões de litros serão descarregados nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) e o restante em portos do Norte e Nordeste.
Nos portos do Nordeste já houve desembarques de etanol estadunidense em São Luís (MA) e Suape (PE). Somente na quinta-feira (13) está prevista a chegada de 1,262 milhões de litros de etanol no porto maranhense.
Desnacionalização do setor sucroalcooleiro e um câmbio totalmente torto, no dizer do governador Eduardo Campos, não poderiam dar em outra coisa a não ser o aumento das importações de etanol. Shell, BP, Bunge e Louis Deyfrus empalmaram empresas brasileiras como Cosan, Santelisa Vale, Moema e Equipav.
Além desses fatores, em 2011, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) mudou regra para viabilizar a importação de álcool dos EUA, aumentando de 0,4% para 1% a quantidade de água permitida no álcool anidro, que é misturado à gasolina vendida nos postos de combustíveis. A mudança ocorreu para ficar adequada com essa especificação que já era adotada nos EUA.
Além desses fatores, em 2011, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) mudou regra para viabilizar a importação de álcool dos EUA, aumentando de 0,4% para 1% a quantidade de água permitida no álcool anidro, que é misturado à gasolina vendida nos postos de combustíveis. A mudança ocorreu para ficar adequada com essa especificação que já era adotada nos EUA.
Ou seja, em vez enfrentar a desnacionalização do setor e o desequilíbrio do câmbio, o governo resolveu se adequar às normas norte-americanas para facilitar a importação.
De acordo com o ranking de importações UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), depois dos Estados Unidos (cerca de 97%), Jamaica e Barbados são os países que mais exportam etanol para o Brasil. Uma situação absurda para um país pioneiro no setor, com um território imensamente maior – com 2,9% de sua área agricultável ocupada no cultivo da cana -, que esses dois países do Caribe e também com uma economia muito mais forte, apesar da queda do PIB nos últimos três anos.
Fonte: Hora do Povo
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